terça-feira, 20 de janeiro de 2009

As Bigornas

Elas são pretas, pesadas e têm um formato peculiar: retangular com um bico em uma das pontas. Elas caem na cabeça de desenhos animados, como se fosse comum chover bigornas. Elas metem medo em menininhas pequenas que acreditam no que vêem na TV. Mas eu acho que elas estão muito mais próximas da gente do que realmente se nota. Tem dia que eu acordo com uma em cada perna: qualquer passinho, por menor que seja, faz tremer o chão. Faz a gente ficar com vontade de não sair do lugar, de criar raiz naquele chão e ali ficar pra sempre (as árvores pelo menos se alimentam do chão, se é isso o que você está pensando). Outros dias elas estão ao nosso redor: onde quer que eu olhe, lá tem uma bigorninha...silenciosa...observando todos os meus passos. Em alguns dias excepcionalmente nublados, elas realmente caem do céu...e dói, irrita, não tem neosaldina que cure...mas nada que um dia de sol não faça esquecer. O problema mesmo é quando a gente olha no espelho e vê que ela está dentro da gente. Continuo com os meus 49 quilinhos (mentira, 51) mas parece que meu coração virou uma bolinha de densidade infinita, com ela lá dentro. E às vezes carregar a bigorna é necessário...mas quando for só por opção, jogue ela na cabeça do Zeca Urubu e saia voando.

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