sábado, 12 de outubro de 2013


07.11.2005 

Ela estava parada ali.
Admirando novos heróis.
Sentindo falta dos mesmos de sempre.
Estava ali, parada.

Corria de um lado pro outro, 10h por dia. Estava ali parada.

As idéias paravam dia a dia de fluir. As sementes paravam dia a dia de germinar. Os sonhos paravam dia a dia de sonhar. As musicas paravam dia a dia de cantar. Os movimentos paravam dia a dia de se movimentar.

Andava de um lado pro outro, 12h por dia. Estava parada ali.

As idéias eram paradas. Os frutos não eram doces. Os sonhos eram maiores do que ela. As músicas inebriavam. Os movimentos eram rápidos, inéditos, inesquecíveis.

Andava de um lado pro outro, 24h por dia. Estava presa ali.

Tudo passou rápido demais, as emoções não conseguiram passar tão rápido assim, ficaram presas ali.
Estão lá,  andando de um lado pro outro....

Sua vida virou uma tortuosa fantasia. 24h por dia.

As idéias voltaram a fluir, As sementes germinaram lindas flores. Os sonhos, deixemos eles pra lá... eram só sonhos. As músicas ainda lhe rendem sorrisos contidos e lembranças incríveis. A dança são seus gritos desesperadamente contidos... Sua busca... Sua reprise.

Ela está sempre ali, e sempre que a encontro, me pergunto por que ela nunca para. Está sempre andando se um lado pro outro. Sempre, 10h por dia.

Sobre


Sobre o vazio.
Sobre o silêncio, a angústia e a ausência...
Sobre o querer, o caminhar, o ir e o vir....
Sobre onde se chegar.
Sobre o como, sobre o quê, sobre haver...

Sobre esperar, acreditar, e mudar.

Sobre voltar a acreditar, desacreditar, e mudar denovo.

Sobre a determinação e a inconstância.
Sobre a inconsistência e a solidez.

Sobre o rumo e a perdição.

Sobre o encontro, o desencontro, o reencontro e a perda.

Sobre o recomeço.
Sobre este, tantos e outros momentos.

Sobre tudo. E o nada.

Sobre você.
Terra.



quarta-feira, 26 de maio de 2010

2012-5

2012-5
Poliamida 24%
Elastano 16%
Forro:
Poliester 100%
Enchimento:
Poliuretano 100%

No fim de um sabado, era março do ano de 2008. Ela tinha 20 anos...
Depois de mais um dia de trabalho, uma ligaçao se pareceu como uma luz. Não era paixão, não era nada. Naquele momento, era apenas curiosidade. Durou pouco, no instante seguinte ela já chamou aquilo de amor...
Eles passaram uma tarde no Caribe. A primeira de tantas outras tardes juntos.
Ela sonhou acordada, e acordou em Paris. Era a primeira vez, um grito de liberdade, e de gozo.
Se separaram rapidamente e là estavam eles, radiantes, em Milão.
De volta ao Brasil, ela começou a estudar francês e ele a inventar novos apelidos. Já se passava mais de um ano...
Dormiram numa noite de outubro, e eles acordaram em Portugal.
Era o começo de mais um sonho, ou o fim de tantos outros.
De volta a São Paulo, ela começou a dançar, mas nunca para ele. Ele merecia a melhor dança, e ela ainda não era capaz.
Eles engravidaram, ele mudou de idéia. A vida mudou. Uma fase indescritível começava ali.
...
Passados dois anos, ela estava em Guarulhos, prestes a se arriscar na Europa, e deixar ali, o que ela tinha de mais importante. O brilho que a empurrava para a frente.
Ela dedicou a ele uma tatuagem, alias duas.

Durante dias de sofrimento, agonia, e sentindo os segundos passarem, ela escreveu esse livro.
Lembrando um a um, os passos ate seu segundo fim. O verdadeiro fim.
As lembranças, eram a chama de vida, da vida que ela nunca mais teria.
Eram a alegria.

Mas para ela, tudo já tinha perdido o sentido muito antes...
E o maior sofrimento, se mostrava a ela, apenas como a saída. Como a sua maneira de sufocar suas próprias escolhas.

Esse livro eu dedico a você, meu amor, meu grande amor.

(...)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

As asas

O meu elefante tem medo de ter asas.

Ele as tem, mas tem medo. Não tem jeito. Ele pensa: "Mas e se as asas não forem suficientes?", e acaba imaginando vôos longos e leves, em direção ao mais belo pôr do sol.

O meu elefante prefere dar de asas pra todo o resto, sentar no sol da varanda e olhar para o horizonte. As asas, apesar de estarem ali, de meterem medo e tudo, são só um símbolo, um dente do ciso que apesar de ter que nascer, não vai fazer nada muito além de completar o quadro de dentes da boca. Mas ainda assim, elas estão ali. Branquinhas, inquietas.

As asinhas do meu elefante estão sempre batendo...felizes nas tardes de sol em que ele se senta e vê o sol se pôr, sentindo a terra sob seus pés e o céu acima da sua cabeça, sentindo toda a inquietude da vida que bate em suas asas e em seu coração.

sábado, 27 de março de 2010

Escrever

"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita.
Penso depois: não só para corrigir,
mas para justificar o que escrevi."

Mario de Andrade

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'aprè ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vue deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontrai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

sábado, 30 de janeiro de 2010

Parede Invisivel...

Existe uma parede invisivel aqui...

Nao consigo atravessa-la. Nao consigo proferir uma palavra sequer em sua direçao...
Qual é a força que tens que me cala?
De onde vem essa capacidade tua de me emudecer, de me elouquecer sem perceber?
Quanto de ti sera que arde aqui dentro de mim, por herança??

Eu queria tanto te questionar, mais ainda eu queria as tuas questoes.
Eu ja quis tanto saber o que hj nao mais me faz diferença.
Eu jà quis que vc existisse para mim, muito alem do esboço que vejo atraves dessa parede.

Eu gostaria de nao desconfiar de voce, mas desconfio.
Eu queria nao sofre por voce, mas sofro.
Eu queria ser indiferente as tuas faltas, mas choro.
Eu queria que vc nao existisse, mas eu existo.
Eu queria que voce morresse, mas rezo.
Eu queria que voce me notasse, mas me escondo.
Eu queria que voce mudasse, mas calo.
Eu queria te odiar, mas amo.

Amo, calada e sofridamente, mas amo.
E choro, e espero, e acredito... e tanto mais...
Deve existir tanto alem dessa parede... tanto.
Ou nada, nao sei!
Talvez essa duvida seja o que me mantem ligada a voce... sem ela, nao teriamos mais laços, sò os de sangue que ignoramos normalmete.

Mais que tudo, eu queria EXISTIR para voce!!!