quinta-feira, 21 de maio de 2009

Esse é mesmo o lado negro da força:
Imagina-se q com a mesma força q os fortes lançam-se para cima, consigam alçar-se de baixo. Grande engano...
A força é uma armadura q pesa demais, demais, acaba afundando!!!

sábado, 16 de maio de 2009

Declaração de amor aberta...

Meus dedinhos pintados de tomatinho estão confusos para te escrever.
Não sei por onde começar, sei tudo oq qro te dizer, mas não sei como.
Tô com um frio na barriga que não passa, me desconcentra, me faz rir sem perceber...
Um nó na garganta que faz meus olhos se encherem de lágrimas, de alegria...
A música que tá tocando, me faz embarcar instantaneamente num caminhao de lembranças maravilhosas dos nossos momentos...
Esqueço denovo oque estava escrevendo, e leio td que já tinha escrito com o maior amor do mundo, para ver se consigo continuar.
A verdade é uma só.... palavra nenhuma conseguiria te explicar ao certo como estou me sentindo...
Um abraço forte, sem dizer nada, te faria sentir meu coração (que quase sai pela boca agora), e te lembraria o quanto sou tua...
O quanto te amo.Te mostraria como estou feliz...
Tenho uma vontade louca de acordar td essa cidade q dorme agora, só para repetir de um em um, como amo você.
Vontade de te ligar, dizer tudo sem abrir a boca, só para que vc me escutasse respirar, e assim lembrasse que vc é esse ar que respiro agora!
Dizer baixinho: "Venha correndo, sua mulher quer dormir abraçada... está frio aqui sem você".
Para que quando vc acordasse, não soubesse ao certo se tinha sido um sonho.
Eu estaria aqui, pra te dizer que esse é sim, o maior e o melhor sonho que já vivi, e que essa é a linda realidade que nos cerca...
Esse imenso amor é real, está aqui, está ai.... Nos faz um só!!

Você estava ali

Nessa noite a chuva não parou porque você pediu, não pare por favor
E as estrelas iluminaram tudo, o sol nem chegou
Perfeição foi o que aconteceu
Descobri que o mundo gira a nosso favor

Acordei
Você estava ali
O sonho não acabou

terça-feira, 12 de maio de 2009

Leite Derramado

“Quando eu sair daqui, vamos casar na fazenda da minha feliz infância, lá na raiz da serra. Você vai usar o vestido e o véu da minha mãe, e não falo assim por estar sentimental, não é por Causa da morfina. Você vai dispor dos rendados, dos cristais, da baixela, das jóias e do nome da minha família. Vai dar ordens aos criados, vai montar no cavalo da minha antiga mulher. E se na fazenda ainda não houver luz elétrica, providenciarei um gerador para você ver televisão. Vai ter também ar condicionado em todos os aposentos da sede, porque na baixada hoje em dia faz muito calor. Não sei se foi sempre assim, se meus antepassados suavam debaixo de tanta roupa. Minha mulher, sim, suava bastante, mas ela já era de uma nova geração e não tinha a austeridade da minha mãe. Minha mulher gostava de sol, voltava sempre afogueada das tardes no areal de Copacabana. Mas nosso chalé em Copacabana já veio abaixo, e de qualquer forma eu não moraria com você na casa de outro casamento, moraremos na fazenda da raiz da serra. Vamos nos casar na capela que foi consagrada pelo cardeal arcebispo do Rio de janeiro em mil oitocentos e lá vai fumaça. Na fazenda você tratará de mim e de mais ninguém, de maneira que ficarei completamente bom: E plantaremos árvores, e escreveremos livros, e se Deus quiser ainda criaremos filhos nas terras de meu avô. Mas se você não gostar da raiz da serra por causa das pererecas e dos insetos, ou da lonjura ou de outra coisa, poderíamos morar em Botafogo, no casarão construído por meu pai. Ali há quartos enormes. banheiros de mármore com bidês, vários salões com espelhos venezianos, estátuas, pé-direito, um monumental e telhas de ardósia importadas da França. Há palmeiras, abacateiros e amendoeiras no jardim, que virou estacionamento depois que a Embaixada da Dinamarca mudou para Brasília. Os dinamarqueses me compraram o casarão a preço de banana, por causa das trapalhadas do meu genro. Mas se amanhã eu vender a fazenda, que tem duzentos alqueires de lavoura e pastos, cortados por um ribeirão de água potável; talvez possa reaver o casarão de Botafogo e restaurar os móveis de mogno, mandar afinar o piano Pleyel da minha mãe. Terei bricolagens para me ocupar anos a fio, e caso você deseje prosseguir na profissão, irá para o trabalho a pé, visto que o bairro é farto em hospitais e consultórios. Aliás, bem em cima do nosso próprio terreno levantaram um centro médico de dezoito andares, e com isso acabo de me lembrar que o casarão não existe mais. E mesmo a fazenda na raiz da serra, acho que desapropriaram em 1947 para passar a rodovia.”

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cena

Ela desceu do carro e sentiu um arrepio de frio. O chão era de pedras e lama, mas ela nem olhou, por que a lua brilhando desviou toda sua atenção. Estava convicta, queria entrar no lago (agora não lembro se havia ou não uma cachoeira, mas na pintura que minha memória embelezou, sim, havia). Os faróis do carro dele apontavam diretamente para o lago. Ela se sentiu no palco (e como adorava os palcos). A ousadia de estar só de calcinha não era maior do que sua vontade de ser vista, iluminada, e só os olhos dele sobre seu corpo semi-nu podiam dar-lhe isso.
Olhou bem para a água, molhou o pé, estava frio...fez graça, agachou, olhou para trás, o chamou (sabendo que ele não iria, mas achava que se desse um sorriso, poderia deixar a cena mais bonita...sentiu um pouco de vergonha – mas sabia também que ele gostava de iluminá-la com os faróis do carro acesos).
Voltou para o carro depois de alguns minutos. Ele olhou para ela, sorriu, deu-lhe um beijo cúmplice e disse:

- Foi a cena mais linda que eu já vi.

Ela sorriu por dentro e por fora e pensou “eu já sabia...”
Ela nunca foi mais feliz em nenhum outro palco de verdade.